segunda-feira, janeiro 24, 2022

O Segredo do Bonzo


Conversando com meu irmão esses dias, ele comentou sobre um conto de Machado de Assis que valia a pena ler visando a minha volta à literatura que estou almejando.

Na visão dele seria mais benéfico, para o meu atual estado de espírito, ler os clássicos do que me enveredar pela filosofia pura. Os clássicos seriam de mais fácil assimilação, trazendo já condensado e de forma prática os ensinamentos filosóficos construídos pela humanidade nos últimos séculos.

Ele me sugeriu uma leitura rápida, entretanto com muitos ensinamentos, apenas para exemplificar o ponto de vista dele. Sugeriu-me um conto Machadiano escrito em 1882 chamado o Segredo do Bonzo.

O conto narra a história de dois amigos visitando um certo País onde eles presenciam, por duas vezes, uma pessoa envolta de um aglomerado defendendo um ponto de vista totalmente falacioso, porém com a eloquência e certeza que todos que escutaram acreditaram em suas palavras e por ter trazido tão grande verdade, as pessoas pagavam por agradecimento dessa verdade revelada.

Eles acabam conhecendo a pessoa que trouxe essa doutrina para esse País e explicou de uma forma super singela de onde que essas duas pessoas tiraram essa ideia. Diz esse ancião que:"...se uma coisa pode existir na opinião, sem existir na realidade, e existir na realidade, sem existir na opinião, a conclusão é que das duas existências paralelas a única necessária é a da opinião, não a da realidade, que é apenas conveniente."

Essa simples frase condensa de forma muito simples e eloquente como a sociedade atual acredita piamente nas notícias falsas que são "plantadas" por qualquer um e que vira uma verdade absoluta impossível de ser questionada.

Há 140 anos atrás Machado já alertava os brasileiros contras os charlatões. O problema é que a classe dominante é que deve ter lido esse conto e passado a aplicá-lo na sociedade, ao invés das pessoas de bem conheceram e se defenderem dessas malfeitores.

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