domingo, janeiro 22, 2023

A Fé Explicada


Escrito pelo padre norte-americado Leo Trese (1902-1970), o livro a Fé Explicada, publicado em 1959 é um tratado muito bem exposto dos principais pontos da Fé Católica.

O autor começa explicando explicando nossas crenças gerais: o que é Deus; qual o propósito da nossa existência; a criação e a queda do homem; o pecado original; a incarnação e a redenção de Jesus Cristo; o Espírito Santo e a sua Graça e a Igreja Católica.

Depois ele entra no detalhe de cada um dos 10 Mandamentos explicando as atitudes que tomamos que acabam nos fazendo pecar contra eles e o que devemos fazer para evitar esses graves pecados.

Por fim ele explica na detalhe cada um dos 7 Sacramentos institúidos por Nosso Senhor: Batismo, Crisma, Eucaristia, Penitência, Unção dos Enformos, Ordem e o Matrimônio.

É um livro com uma leitura muito agradável e ao mesmo tempo profunda. O padre realmente tinha o dom da escrita! Abaixo alguns trechos que me deixou perplexo com tamanha clareza e beleza.

Deus não pode elevar à plenitude o que nem sequer existe. Se não há um princípio de amor de Deus em nosso coração aqui na terra, não pode haver a fruição do amor na eternidade. Foi para isso que Deus nos colocou na terra: para que, amando-o, estabeleçamos os alicerces necessários para a nossa felicidade no céu.

 

O pecado original não é uma coisa: é a falta de alguma coisa, como a escuridão é a falta de luz. Não podemos colocar um pedaço de escuridão num frasco e levá-lo para casa para vê-lo bem debaixo da luz. Quando o sol sai, desaparece a escuridão da noite.

De modo semelhante, quando dizemos que «nascemos em estado de pecado original», queremos dizer que, ao nascer, a nossa alma está espiritualmente às escuras, é uma alma inerte no que se refere à vida sobrenatural- Quando somos batizados, a luz do amor de Deus derrama-se nela caudalosamente, e ela torna-se radiante e formosa, vibrantemente viva, com a sóda sobrenatural que procede da nossa união com Deus e a sua habitação dentro de nós: com essa vida a que chamamos graça santificante.

 

Todos devemos estar dispostos a expor a nossa religião em qualquer ocasião; mas nunca a discutir sobre ela. No momento em que dissermos a alguém: «A sua religião é falsa e eu lhe direi por quê», fecharemos com uma batida de porta a mente dessa pessoa, e nada do que dissermos depois conseguirá abri-la.

Por outro lado, devemos ver que, se conhecermos bem a nossa religião, poderemos explicá-la, inteligente e amavelmente, ao vizinho que não é católico ou que não pratica: haverá bastantes esperanças de que nos escute. Se pudermos demonstrar-lhe que a Igreja Católica é a verdadeira Igreja estabelecida por Jesus Cristo, não há razão para dizer-lhe que a «Igreja» dele é falsa Poderá ser que seja teimoso, mas não será estúpido, e é de confiar que tire as suas próprias conclusões.

 

Se cada católico que o nosso inquiridor imaginário encontrasse fosse uma pessoa de eminentes virtudes cristãs — amável, paciente, abnegado e amistoso; casto, delicado e reverente na palavra; honrado, sincero e simples; generoso, sóbrio, leal e puro na conduta com que impressão você pensa que ele ficaria? Que testemunho arrasador daríamos da santidade da Igreja de Cristo!

Temos de recordar-nos uma e mil vezes de que somos os guardiões do nosso irmão.

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