Teve uma época que os livros foram parte importante da minha vida.
Puxando pela memória creio que foi um período curto, porém bem frutífero. Lembro de ter chegado a ler em torno de 20 livros no ano. Isso foi lá pelos anos de 1999 a 2001.
O período de faculdade (2000-2004) lembro de ler um pouco de literatura policial (Agatha Christie) e um ou outro livro de literatura e técnico.
Quando comecei a trabalhar parei de vez e em 2007 comecei a registrar aqui os livros que lia.
Relembrando para escrever esse post confesso que vivi uma situação vergonhosa, mas que é a situação da média do nosso País. Na verdade durante alguns anos eu estive pior que a média brasileira, pois não cheguei a ler nenhum livro ou máximo 1 a 3 livros por ano. De 2007 a 2021 a minha média de livros lidos por ano foi de 3 livros. Atualmente as pesquisas apontam que o brasileiro lê em torno de 5 livros por ano, deixando em torno de 2,5 pela metade e só terminando 2,5.
Em dezembro de 2015 eu ainda tentei voltar a ler e comprei um Kindle, chegando a ler 3 livros apenas em dezembro. Fazendo muito mais do que fiz em anos inteiros anteriores.
Em dezembro de 2021 com a minha aproximação com a Religião Católica, li alguns livros que me fizeram abrir muito a mente sobre as mentiras que eu estava vivendo. Apenas nesse mês eu li 5 livros, um recorde absoluto para mim que não acontecia há duas décadas (talvez nunca tenha acontecido)!
O que aconteceu em 2022 comigo foi algo que me orgulha de ter alcançado e que posso dizer foi a minha grande conquista do ano. Para quem leu apenas 45 livros em 15 anos (2007 a 2021) eu finalizo 2022 com 63 livros lidos!! E ainda foram mais 5 pequenos contos que li de Machado de Assis e do Truman Capote,
O melhor é que consumi livros que puderam alimentar o meu imaginário, além de alimentar a minha alma. Foram 23 livros religiosos, passando pelo Livro de Jó da Bíblia, livros dogmáticos e biografias dos santos.
E o interessante é que cheguei nessa marca lendo em médio 34 páginas por dia, totalizando 12.484 páginas distribuídas ao longo do ano. Teve dia que cheguei a ler 137 e 125 páginas, entretanto eu fiquei 76 dias do ano sem ler! Mostrando que constância vale muito mais do que uma quantidade imensa por dia.
O meu deserto espiritual foi ali no meio do ano entre julho e setembro, chegando a ficar mais da metade de julho sem encostar nos livros. Como dezembro/21 foi o meu renascimento, em janeiro parecia que eu queria tirar todo o atraso que tive nos últimos anos e li de forma avassaladora, utilizando qualquer tempo livre para ler.
Mais do que voltar a ler, eu sinto que estou conseguindo limpar o meu cérebro de um vício que eu tinha e que foi um dos grandes motivos que me afastou da leitura: o total esquecimento do que eu lia.
Era muito frustrante ler um livro e dali 4-5 meses não lembrar de absolutamente nada do que aquele livro me trouxe. Não lembrava nem da ideia principal do livro! Isso me fez abandonar os livros, ao invés de tentar procurar solução para esse problema que eu sabia que não era normal. Porém, foi mais fácil desistir e enterrar o gosto pela leitura.
Hoje percebo como minha mente estava destruída e totalmente viciada nas redes sociais, prejudicando enormemente a minha concentração e o poder de memorização.
Ainda não me considero totalmente curado (talvez nunca o seja, pois partes do meu cérebro pode ter sido danificadas para sempre), mas sinto que consegui pelo menos sair desse lodo que são as redes sociais e utilizar meu tempo livre para algo mais nobre e que engrandece a minha alma e meu imaginário.
Espero que 2022 seja apenas o início de uma nova fase na minha vida e que. mesmo aos 41 anos, eu possa ter começado uma caminhada que, nós leitores, sabemos que nunca terá fim. Mas que é a caminhada que todo o ser humano deveria trilhar: a busca incessante pelo conhecimento e pela verdade por meio da leitura dos nossos antepassados e dos nossos contemporâneos.