Foram 14 anos e 2 meses de convivência conosco. Sabíamos que esse dia chegaria, mas nada nos prepara de verdade: hoje, a nossa Lana se foi.
Ela entrou em nossas vidas com 69 dias de idade, no dia 18/09/2011. Viveu momentos inteiros conosco, especialmente com minha esposa, que cuidou dela praticamente sozinha por quase dois anos, antes mesmo de nos casarmos.
A Lana colecionou histórias. Foi roubada e recuperada. Quase morreu por uma superdosagem de medicamento. Teve o episódio surreal de cruzar com um cachorro que estava preso na coleira. Morou na obra da nossa casa. Fugiu pelo condomínio. E, acima de tudo, fez aquilo que mais amava nesta vida: pedir comida e dormir.
Nos últimos anos, ela já dava sinais da idade: catarata em um dos olhos, o início da coprofagia — que, felizmente, só apareceu na velhice — e uma falta de ar persistente nos últimos meses. Mesmo assim, era a mesma presença doce, inquieta e barulhenta de sempre.
Hoje, ela faleceu no momento em que cheguei do trabalho, por volta das 19h. Entrei com as compras, chamei minha esposa para ajudar e, como de costume, os cachorros começaram aquela festa de latidos. Foram me recepcionar na porta do corredor, como faziam todos os dias. Nesse instante, a emoção foi demais para ela, e a Lana teve um ataque cardíaco. Ainda estava quente e molinha quando a peguei no colo. Tirei sua última foto já sem vida, para guardar o registro da despedida.
Sempre disse aos amigos que perderam seus cães e prometeram nunca mais ter outro por medo da dor: Toda a alegria desses 14 anos supera em muito a tristeza deste momento. Não há arrependimento algum. Ter a Lana conosco por tanto tempo foi um privilégio que guardaremos para sempre.
Este texto é uma forma de preservar o que a Lana significou para nós. Ela fez parte da formação da nossa família, acompanhou mudanças, obras, rotinas, alegrias e tropeços. Deixou silêncio pela casa, mas deixou também uma coleção enorme de lembranças boas — e é nelas que escolhemos ficar.
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