terça-feira, outubro 28, 2025
A Hora da Estrela
sexta-feira, outubro 24, 2025
Como Ser Cristão
Como ser Cristão, publicado em 2018, reúne uma seleção de ensaios, cartas e artigos de C.S. Lewis (1898-1953), editados postumamente, com o objetivo de oferecer “os melhores insights de Lewis sobre a prática cristã e sua expressão no dia-a-dia”.
O autor trabalha algumas ideias como a definição de “ser cristão” não ser apenas uma afiliação ou crença, mas como um modo de viver, trazendo a importância da humildade, do perdão, da caridade e da renúncia de si mesmo.
Mesmo sendo fragmentário, o livro chama atenção para a coerência entre fé e prática, algo que muitos cristãos consideram difícil hoje. Por exemplo, o capítulo sobre perdão como prática necessária é muito simples de entender, mas é desafiador de se colocar em prática.
O livro oferece percepções valiosas sobre como a fé pode alimentar não só a vida pessoal, mas também a justiça e o serviço ao próximo.
Temos aqui uma boa porta de entrada rica e honesta para a vida cristã: leve o suficiente para não sobrecarregar, profundo o bastante para provocar.
domingo, outubro 19, 2025
O Pai Goriot
Publicado em 1835, O Pai Goriot é uma das obras mais emblemáticas de Honoré de Balzac (1799-1850) e peça central do vasto ciclo A Comédia Humana, projeto literário monumental que buscava retratar a sociedade francesa em toda a sua complexidade moral, social e econômica.
A narrativa se passa em Paris, por volta de 1819, e tem como cenário principal a pensão Vauquer, um microcosmo social onde convivem personagens de diferentes origens e ambições. É ali que se cruzam as trajetórias de Rastignac, um jovem estudante de Direito ambicioso e idealista, e de Goriot, um velho comerciante que se arruinou financeiramente para sustentar suas duas filhas ingratas, Anastacia e Delphine.
O drama central do romance é o amor paterno absoluto e trágico de Goriot, que sacrifica tudo — dinheiro, dignidade e saúde — por filhas que, uma vez casadas e inseridas na alta sociedade, passam a desprezá-lo. Balzac transforma essa relação em uma poderosa alegoria do egoísmo e da corrupção moral da burguesia parisiense, onde o dinheiro se torna o verdadeiro mediador de todas as relações humanas.
Balzac combina realismo minucioso e observação social precisa, descrevendo ambientes, vestimentas e gestos com riqueza de detalhes quase científica.
O romance é considerado o “Rei Lear burguês”, pela semelhança com a tragédia de Shakespeare — um pai dilacerado pelo amor desmedido a filhas ingratas —, mas transposto para o contexto da ascensão burguesa e da luta por status no século XIX. Só que Goriot não tem a sua Cordélia para amenizar a tragédia que se abate sobre si.
A força do romance está tanto no retrato psicológico profundo de Goriot quanto na precisão sociológica da crítica balzaquiana. O leitor, ao final, é confrontado com uma pergunta perturbadora: qual o preço da ascensão social em uma sociedade movida pelo dinheiro?
sábado, outubro 18, 2025
Nintendo Switch 2
Não tem jeito! Nintendo é meu fraco!! Se passaram apenas 4 meses após o lançamento do novo console da Nintendo e hoje chega o Nintendo Switch 2 à minha casa.
Na época do lançamento do Switch 1 eu comprei ele com 5 meses de mercado e agora refaço o mesmo caminho que fiz com a 1ª versão desse maravilhoso console.
Comprei o Switch 1 em agosto/2017 e foram oito ótimos anos que ele me serviu bem e, com certeza, o console que mais joguei nesses anos, mesmo tendo o PS5 e o XONE em casa.
Com a chegada do Switch 2 em casa, pela primeira vez em anos, irei me desfazer de um console, pois não faz sentido manter o Switch 1, sendo que este novo console é totalmente retrocompatível com os jogos antigos.
Consegui comprar até num preço bom, um pouco abaixo do preço que está sendo praticado no mercado (paguei R$ 3.554,00).
Já pude jogar um pouco e realmente a diferença é muito grande comparado com a versão 1. A tela é maior, o som é melhor, o encaixe dos controles foi melhorado, ou seja, Nintendo fazendo a evolução natural de um console que fez história na empresa!
Mantenho os 33 consoles na coleção.
CONSOLES DE MESA (25):
- Nintendo: NES, Super Nintendo, Nintendo 64, Game Cube, Wii, Wii U e Switch 2
- Sega: Master System; Mega Drive, Sega CD, Saturn e Dreamcast;
- Sony: PS1, PS2, PS3, PS4 e PS5
- Microsoft: Xbox; Xbox 360, Xbox One S, Xbox Series X;
- Outros: Odyssey2, Atari 2600, Ouya e Neo Geo CD.
CONSOLES PORTÁTEIS (8):
- Nintendo: Game Boy, Game Boy Color, Game Boy Advance SP, DS e New 3DS XL.
- Sony: PSP e PS Vita;
- GamePad Digital: GPD XD
sexta-feira, outubro 10, 2025
O Livro das Maravilhas
Publicada em 1912, O Livro das Maravilhas reúne catorze contos curtos acompanhados das ilustrações de Sidney Sime, que dialogam com o texto. Esse é um caso raro, onde as ilustrações nasceram primeiro e o autor escreveu a história imaginando os acontecimentos de cada imagem. O autor, Lord Dunsany (1878-1957), foi um dos pioneiros da literatura fantástica moderna. Ele influenciou profundamente autores como H. P. Lovecraft, J. R. R. Tolkien e Neil Gaiman.
Portanto, cada conto apresenta um mundo imaginário autônomo, frequentemente habitado por deuses menores, aventureiros, ladrões e viajantes que desafiam os limites do real. Alguns exemplos:
- A Busca pelas Lágrimas da Rainha onde um herói tenta provocar emoção numa rainha incapaz de chorar.
- Chu-Bu e Sheemish onde dois deuses rivais disputam a devoção dos fiéis.
- A Coroação do Sr. Thomas Shap onde um homem comum é coroado rei num mundo paralelo.
Dunsany convida o leitor a sair do mundo racional e penetrar num universo onde o mistério é sagrado.
Ele escreve com solenidade e lirismo, aproximando a prosa da linguagem dos contos de fadas e das epopeias clássicas.
Cada conto parece uma pequena lenda oral, narrada com simplicidade e reverência, mas impregnada de ironia e humor sutil.
O Livro das Maravilhas é uma coletânea essencial para compreender as origens da fantasia literária moderna. Mais do que histórias isoladas, é uma ode à imaginação e ao poder do mito num mundo cada vez mais descrente da magia.
segunda-feira, outubro 06, 2025
O Alienista
Continuando no mundo Machadiano, temos aqui O Alienista (1882), uma novela que combina humor, ironia e filosofia para discutir os limites da razão, da loucura e do poder.
A narrativa gira em torno do médico Simão Bacamarte, um renomado cientista que decide se dedicar ao estudo da mente humana. De volta à sua cidade natal, Itaguaí/RJ, ele funda a Casa Verde, um hospício destinado a abrigar os “loucos” da região.
Com o passar do tempo, Bacamarte começa a internar praticamente todos os habitantes da cidade (políticos, religiosos, esposas, vizinhos) sob os mais variados pretextos. A cidade entra em caos, revoltas populares e crises políticas eclodem, mas o médico segue firme em sua “missão científica”.
Em um desfecho surpreendente, Bacamarte decide que, talvez, os verdadeiramente loucos sejam os equilibrados demais e acaba internando a si próprio.
Flertando entre a loucura e a razão, Machado coloca em xeque o que realmente significa ser “são”. A busca obsessiva de Bacamarte pela racionalidade absoluta o leva à própria loucura, expondo o perigo do excesso de razão.
Além disso, as revoltas em Itaguaí revelam uma sociedade guiada por interesses pessoais e vaidades, não por princípios. Machado, com humor ácido, mostra como o poder e o prestígio corrompem tanto o cientista quanto os governantes.
Temos em O Alienista uma alegoria universal sobre o poder, a ciência e a insanidade humana. A obra continua atual, pois questiona a racionalidade que governa as instituições e a tênue linha entre sanidade e loucura.
domingo, outubro 05, 2025
Dom Casmurro
Finalmente me adentrei numa das obras mais importantes da nossa literatura! Publicado em 1899, Dom Casmurro é uma das obras mais emblemáticas da literatura brasileira e um dos ápices do realismo machadiano. Narrado em primeira pessoa por Bento Santiago, o romance é uma reconstrução de memórias que buscam “atar as duas pontas da vida”, relembrando sua juventude, o amor por Capitu e o suposto adultério que teria destruído sua felicidade.
A escrita de Machado de Assis (1839-1908) é marcada pela ironia, ambiguidade e introspecção psicológica. O narrador tenta justificar ao leitor o porquê de seu isolamento e melancolia. No entanto, à medida que a narrativa avança, percebe-se que Bento é um narrador pouco confiável, conduzindo o leitor por um labirinto de dúvidas.
A célebre suspeita sobre a fidelidade de Capitu — “olhos de cigana oblíqua e dissimulada” — nunca é confirmada nem desmentida, o que transforma o romance em um estudo sobre o ciúme, a insegurança e o poder da subjetividade.
Dom Casmurro é um retrato atemporal da condição humana, de nossas incertezas, ilusões e autossabotagens. O romance se mantém atual por sua profundidade psicológica e por deixar ao leitor a tarefa de decidir se Capitu foi, de fato, culpada — ou se tudo não passou de uma tragédia inventada por um homem que amou mal.
Ao final da história eu cheguei na minha opinião sobre a Capitu o que pode ser totalmente diferente da sua e ambos estaremos certos. Só por isso ja poderia considerar esse o melhor romance que já li na vida e ainda ter o orgulho de ser uma história genuinamente brasileira.