Até 1850 os clássicos de Homero (Ilíada e Odisseia) eram considerados os escritos mais antigos que chegaram até nós, os quais foram escritos ao redor do século VIII a.C.
Entretanto, com as descobertas de fragmentos de tábuas no Iraque, fomos agraciados em conhecer A Epopeia de Gilgamesh. Portanto, esses escritos agora são considerados a obra literária mais antiga da humanidade, com registros que remontam a cerca de 2100 a.C., na antiga Mesopotâmia.
O texto, escrito em tábuas de argila usando a escrita cuneiforme, narra as aventuras do rei Gilgamesh de Uruk e aborda temas fundamentais da condição humana, como a amizade, a busca pela imortalidade, o medo da morte e a aceitação dos limites humanos.
A narrativa se destaca pela complexidade psicológica de seus personagens. Gilgamesh começa como um rei tirano e opressor, mas sua amizade com Enkidu, criado pelos deuses para freá-lo, transforma profundamente sua visão de mundo. A morte de Enkidu é o catalisador da grande busca de Gilgamesh por respostas sobre a vida e a morte, levando-o a empreender uma jornada mítica em busca da imortalidade.
Um dos aspectos mais notáveis da epopeia é sua reflexão filosófica sobre a finitude humana. A obra não oferece uma solução mágica para a angústia da morte; ao contrário, sugere que a imortalidade reside na memória das realizações humanas e na perpetuação da civilização.
A Epopeia de Gilgamesh é uma leitura essencial não apenas pelo seu valor histórico, mas também pela sua profunda contribuição à literatura e à filosofia. É uma obra que convida à reflexão sobre o sentido da vida e o legado que deixamos.
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