sexta-feira, junho 30, 2023

Crime e Castigo


Agora sim consegui terminar um livro de Fiódor Dostoiévski (1821-1881). Tinha tentando ler Memórias do Subsolo ano passado porém sem sucesso.

Crime e Castigo (1866) é considerado uma de suas grandes obras-primas e reafirmo isso ao terminá-lo de ler. Uma história, a princípio, simples com personagens bem reais mas que nos prende do início ao fim pela maneira que o autor narra a história e como os personagens vão se comportando até o final.

O livro narra a angústia mental e os dilemas morais de Rodion Raskólnikov, um ex-aluno empobrecido de São Petersburgo que planeja matar uma penhorista sem escrúpulos, uma velha que guarda dinheiro e objetos valiosos em seu apartamento. Ele teoriza que com o dinheiro poderia se livrar da pobreza e realizar grandes feitos, e procura se convencer de que certos crimes são justificáveis ​​se cometidos para remover obstáculos aos objetivos mais elevados de homens "extraordinários". Uma vez que a ação é feita, no entanto, ele se vê atormentado por confusão, paranóia e desgosto. Suas justificativas teóricas perdem todo o seu poder enquanto ele luta contra a culpa e o horror e é confrontado com as consequências internas e externas de seu ato.

O tema do romance pode ser resumido nas dramáticas palavras que lhe dão título: a primeira parte do livro fala da preparação e execução do crime, e as cinco partes seguintes relatam a tortura psicológica que aflige Raskónilkov após o assassinato.

Durante o enredo, o autor frisa a diferença entre o “pré” e o “pós” assassinato. O crime é realizado por Raskólnikov de modo rápido e até casual, ocupando uma única parte do romance. A punição, por sua vez, é total: a relação de Raskólinkov com amigos e familiares se deteriora, a saúde do criminoso torna-se frágil e as autoridades rapidamente o tomam como suspeito do crime.

Atormentado pelo peso da culpa dos assassinatos, Raskólnikov ora orgulha-se dos crimes, ora é engolido pelo remorso. Dostoiévski, cristão à sua maneira, encontra uma única saída para o personagem: expiar a culpa através da religião. No contato com Sônia, o protagonista conhece as Escrituras e, aos poucos, percebe a infâmia dos seus crimes e a importância de entregar-se ao justo castigo dos homens.

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