Existem livros que é até difícil de explicar como foram escritos por um homem, parecendo mais que foram ditados por Deus ou por seus Anjos.
Boécio (480-524) grande filósofo e senador romano nos deixou uma obra-prima que merece ser mais do que lido, e sim degustado em cada uma de suas palavras.
Escrito em 523 enquanto estava preso é considerado a última grande obra ocidental do Período Clássico.
Boécio escreve o livro como uma conversa entre ele e uma personificação feminina da filosofia. A filosofia consola Boécio discutindo a natureza transitória da riqueza, da fama e do poder ("nenhum homem poderá estar verdadeiramente seguro até que seja abandonado pela Fortuna") e a superioridade última das coisas da mente. Ela afirma que a felicidade vem de dentro e que a virtude é tudo o que alguém realmente tem, porque não corre o risco de ser ameaçada pelas vicissitudes da fortuna.
O livro é apresentado da seguinte forma:
- Livro I: Boécio lamenta sua prisão antes de ser visitado pela Filosofia, personificada como uma mulher.
- Livro II: A Filosofia ilustra a natureza caprichosa do Destino ao discutir a "roda da Fortuna"; ela argumenta ainda que a verdadeira felicidade reside na busca pela sabedoria.
- Livro III: Com base nas ideias expostas no livro anterior, a Filosofia explica como a sabedoria tem uma fonte divina; ela também demonstra quantos bens terrenos (por exemplo, riqueza, beleza) são, na melhor das hipóteses, passageiros.
- Livro IV: Filosofia e Boécio discutem a natureza do bem e do mal, com a Filosofia oferecendo várias explicações sobre por que o mal existe e por que os ímpios nunca poderão alcançar a verdadeira felicidade.
- Livro V: Boécio pergunta à Filosofia sobre o papel que o acaso desempenha na ordem de tudo. A filosofia defende que o Acaso é guiado pela Providência . Boécio pergunta então à Filosofia sobre a compatibilidade de um Deus onisciente e do livre arbítrio .