Esse foi um desafio!!!
Publicado em 1902, Os Sertões é uma obra fundamental da literatura brasileira e um marco da literatura sociológica e histórica do país. Escrito por Euclides da Cunha (1866-1909), o livro é uma análise detalhada da Guerra de Canudos (1896-1897), um dos mais violentos conflitos da história do Brasil.
Além da linguagem rebuscada que o autor usa, o livro é mais do que um romance: é um tratado sobre o sertanejo e o sertão baiano.
O livro é dividido em três partes:
1. A Terra – Nesta seção é apresentada a geografia e o clima do sertão nordestino, descrevendo o ambiente árido e hostil que molda a vida dos sertanejos. Seu olhar científico busca entender como o meio influencia os habitantes da região.
2. O Homem – Aqui, o autor analisa a formação social e racial do sertanejo, influenciado por indígenas, africanos e colonizadores portugueses. Ele caracteriza o sertanejo como um povo resistente e corajoso.
3. A Luta – Na parte final, Euclides narra os eventos da Guerra de Canudos, conflito entre o exército brasileiro e os seguidores de Antônio Conselheiro. A narrativa detalha a brutalidade dos combates e a tragédia do massacre final, expondo a desigualdade e a violência do Estado contra os sertanejos..
A República ainda estava recém instituída no País e Euclides denuncia a violência do governo republicano contra sua própria população, questionando os ideais civilizatórios da época. O receio da volta da Monarquia chancelou as atitudes do exército contra o povoado que não aceitava essa forma de governo.
Os Sertões vai além da simples narrativa histórica e se torna um documento essencial para compreender as contradições do Brasil. Misturando literatura, sociologia e história, Euclides da Cunha criou um relato poderoso e minucioso da nossa história.