sábado, novembro 30, 2024

O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei

Finalizando a leitura do mês, O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei é o terceiro e último volume onde Tolkien nos conduz ao clímax épico da jornada de Frodo, Sam, Aragorn e os outros membros da Sociedade do Anel, enquanto enfrentam os desafios finais para derrotar o mal encarnado por Sauron.

Publicado em  outubro de 1955 a história se desenrola em duas frentes principais. Por um lado, Frodo e Sam, guiados pelo ambíguo Gollum, aproximam-se cada vez mais do Monte da Perdição, onde o Um Anel deve ser destruído. Por outro lado, Aragorn, agora assumindo seu destino como herdeiro ao trono de Gondor, lidera a resistência contra o exército de Sauron, unindo os povos livres da Terra-média em uma última tentativa de sobrevivência.

Temos aqui uma escalada do conflito com batalhas grandiosas, como a do Campo de Pelennor, e a profundidade emocional que o desfecho nos traz para cada personagem. Aragorn abraça sua liderança, Sam demonstra coragem e lealdade incomparáveis, e até mesmo Gollum tem momentos que humanizam sua complexa personalidade. Tolkien conclui a história com um epílogo melancólico, mostrando que nem todos os finais são completamente felizes após uma grande guerra.

O livro ainda tem os apêndices que expandem o mundo que trazem detalhes valiosos para os fãs mais dedicados e para compreender a profundidade do universo criado por Tolkien.

O Retorno do Rei é um desfecho majestoso para uma das maiores obras de fantasia de todos os tempos. A mensagem de esperança, mesmo em meio ao desespero, ressoa profundamente e permanece atual. Repleto de ação, emoção e reflexões universais, o livro é uma leitura indispensável para os amantes de literatura fantástica.

quarta-feira, novembro 20, 2024

O Senhor dos Anéis: As Duas Torres

Dando continuidade na leitura do O Senhor dos Anéis com As Duas Torres, o segundo volume publicado em novembro de 1954, o livro aprofunda a narrativa, desenvolve ainda mais os personagens e apresenta novos elementos que tornam a Terra Média ainda mais fascinante.

Um erro que muitos cometem é que o livro não é uma trilogia. Tolkien escreveu como uma única história e ele gostaria que o livro tivesse sido publicado em volume único. Mas por questões editoriais e pela falta de papel que a Inglaterra sofria à época, o livro teve que ser publicado em 3 volumes.

Aqui temos a dissolução da Sociedade do Anel. Frodo e Sam seguem sozinhos rumo a Mordor, guiados pelo misterioso e ambíguo Gollum, uma criatura consumida pelo poder do Um Anel. Enquanto isso, Aragorn, Legolas e Gimli perseguem os orcs que capturaram Merry e Pippin, levando-os ao reino devastado de Isengard, onde enfrentam o mago traidor Saruman. Paralelamente, o reino de Rohan se torna palco de uma luta desesperada contra o exército de Saruman, culminando na épica batalha do Abismo de Helm.

O livro é dividido em duas partes principais: a jornada de Frodo e Sam, repleta de tensão psicológica, e as aventuras de Aragorn e seus aliados, cheias de ação. Essa estrutura alternada mantém o leitor imerso e oferece diferentes perspectivas da luta contra o mal.

Aqui temos a apresentação mais trabalhada de Gollum que é uma das criações mais brilhantes de Tolkien. Sua luta interna entre lealdade e traição, bondade e corrupção, é fascinante. Aragorn continua a crescer como líder, enquanto Merry e Pippin demonstram maturidade inesperada.

Tolkien continua com suas descrições surpreendentes! A descrição de locais como o Abismo de Helm e a Floresta de Fangorn é de tirar o fôlego. Tolkien transforma a geografia da Terra Média em um personagem vivo.

As Duas Torres expandiu o legado de O Senhor dos Anéis, introduzindo momentos icônicos como o confronto no Abismo de Helm, que se tornaria uma das cenas mais celebradas na adaptação cinematográfica de Peter Jackson. Gollum, com sua dualidade moral, se consolidou como um dos personagens mais complexos da literatura fantástica.

terça-feira, novembro 12, 2024

O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel


Já que voltei a ler as obras de J.R.R. Tolkien (1892-1973) nada melhor do que voltar à obra que colocou de vez o nome do professor no alto escalão dos escritores de fantasia: O Senhor dos Anéis, uma obra-prima que combina mitologia, aventura e temas universais de amizade, coragem e sacrifício.

A história começa no pacato Condado, onde o hobbit Frodo Bolseiro herda de seu tio Bilbo um anel aparentemente comum. Contudo, o mago Gandalf descobre que o objeto é, na verdade, o Um Anel, uma relíquia criada pelo maligno Sauron para dominar a Terra Média. Para impedir que o Anel caia em mãos erradas, Frodo embarca em uma jornada perigosa, acompanhado por um grupo heterogêneo: hobbits, elfos, anões, humanos e Gandalf. Esse grupo, conhecido como A Sociedade do Anel, parte em direção a Mordor, onde o Anel deve ser destruído.

Tolkien foi mestre na criação do seu universo. A riqueza de detalhes na Terra Média – com línguas, culturas, história e geografias próprias – faz o leitor se sentir completamente imerso nesse mundo fictício. A escrita de Tolkien é rica, detalhada e, por vezes, quase lírica. Suas descrições evocam imagens vivas, especialmente das paisagens e dos momentos mais grandiosos.

Cada membro da Sociedade tem uma personalidade distinta, com forças e fraquezas que enriquecem a trama. Frodo, apesar de sua relutância e fragilidade, demonstra uma força interior impressionante, enquanto Sam é a personificação da lealdade.

A Sociedade do Anel não é apenas um livro; é um marco na literatura. Ele influenciou profundamente o gênero de fantasia e estabeleceu padrões para obras posteriores, de "Game of Thrones" a "Harry Potter", sendo uma leitura indispensável para fãs de fantasia e literatura clássica.

Há algumas partes mais lentas, o que faz total parte da jornada que é ler essa obra, mas a profundidade da narrativa e o impacto emocional compensam amplamente. É uma jornada épica que permanece tão relevante hoje quanto no dia de sua publicação.

segunda-feira, novembro 04, 2024

São Bernardo


São Bernardo, de Graciliano Ramos (1892-1953), é um romance publicado em 1934 que explora temas como poder, solidão e a desumanização nas relações humanas. A narrativa é marcada pelo estilo direto e introspectivo do autor.

Paulo Honório, narrador e protagonista, conta a história de sua ascensão como fazendeiro e dono da fazenda São Bernardo, conquistada por meio de métodos questionáveis, incluindo manipulação e violência. Ambicioso e autoritário, ele busca progresso material a qualquer custo.

Paulo casa-se com Madalena, uma professora idealista, mas o casamento é marcado por conflitos. Incapaz de compreender o humanismo de sua esposa, ele a trata de forma fria e controladora. A relação deteriora-se, culminando no suicídio de Madalena, o que deixa Paulo imerso em culpa e solidão.

O livro tem como temas a ambição e moralidade, a desumanização pelo poder, o conflito entre idealismo e pragmatismo e a solidão e o arrependimento.

A obra é uma das mais importantes da literatura brasileira, destacando a crítica social e psicológica característica de Graciliano Ramos.