Escrito pelo grande Lev Tolstói (1828-1910), A Morte de Ivan Ilitch foi publicada pela 1ª vez em 1886 sendo considerada uma das obras-primas de sua ficção tardia, escrito logo após sua conversão religiosa no final da década de 1870.
Considerado um dos melhores exemplos de novela, conta a história de um juiz de tribunal superior na Rússia do século XIX e seus sofrimentos e morte devido a uma doença terminal.
Ivan Ilitch vive uma vida despreocupada que é “muito simples e comum e, portanto, muito terrível”. Como todo mundo que conhece, ele passa a vida subindo na escala social. Suportando o casamento, ele ascende à magistratura, graças à influência que exerce sobre um amigo que acaba de ser promovido, concentrando-se mais no trabalho à medida que a vida familiar se torna menos tolerável.
Certo dia, enquanto pendurava as cortinas de sua nova casa, ele cai desajeitadamente e machuca a lateral do corpo. Embora ele não pense muito nisso no início, ele começa a sentir uma dor na lateral do corpo. À medida que seu desconforto aumenta, seu comportamento em relação à família torna-se mais irritado. Sua esposa finalmente insiste que ele visite um médico. O médico não consegue identificar a origem de sua doença, mas logo fica claro que sua condição é terminal. Confrontado com o seu diagnóstico, Ivan tenta todos os remédios possíveis para obter a cura para o agravamento da sua situação, até que a dor se torna tão intensa que ele é forçado a parar de trabalhar e passar o resto dos dias na cama. Aqui, ele é confrontado com sua mortalidade e percebe que, embora saiba disso, não a compreende verdadeiramente.
Durante o longo e doloroso processo de morte, Ivan insiste na ideia de que não merece seu sofrimento porque viveu corretamente. Se ele não tivesse vivido uma vida boa, poderia haver uma razão para a sua dor; mas ele o fez, então a dor e a morte devem ser arbitrárias e sem sentido. Ao começar a odiar sua família por evitar o assunto de sua morte, por fingir que está apenas doente e não morrendo, ele encontra seu único conforto em seu criado camponês, Gerasim, a única pessoa na vida de Ivan que não teme a morte, e também o único que, além do próprio filho, demonstra compaixão por ele. Ivan começa a questionar se ele realmente viveu uma vida boa.
Nos últimos dias de sua vida, Ivan faz uma clara divisão entre uma vida artificial, como a sua, que mascara o verdadeiro sentido da vida e faz temer a morte, e uma vida autêntica, a vida de Gerasim. A vida autêntica é marcada pela compaixão e simpatia, a vida artificial pelo interesse próprio. Então, "alguma força" atinge Ivan no peito e na lateral do corpo, e ele é levado à presença de uma luz brilhante. Sua mão cai sobre a cabeça do filho próximo e Ivan sente pena do filho. Ele não odeia mais sua filha ou esposa, mas sente pena delas e espera que sua morte as liberte.